sábado, 21 de fevereiro de 2009

PROPAGANDA DE GUERRA

As agencias de inteligência marqueteira, especializaram-se em sondar as tendências e crenças, os comportamentos e aspirações das pessoas. Aplicam pesquisas extensivas, diferentes do corte aplicado em sondagens de intenção popular, convenientemente montadas para uso dos políticos.
As agencias preparam suas campanhas como campanhas de guerra. Utilizam estratégias e táticas de terreno para criar necessidades e impor modismos, para afetar e destruir crenças e valores, substituindo tudo pela ansiedade de posse e status em forma de “produto”.

Os que atuam sobre esta engenharia social acabam por acreditar nas proprias fantasias e quanto mais crentes, mais convincentes. Assim a mentira se repete e as emoções confusas, a insegurança e os apelos à comodidade atuam, envolvem pessoas, que acabam incapacitadas de tomar decisões. Passam a atuar embaladas por imagens, sons, miragens, enganos que reforçam a ansiedade.

Isto é muito bom para os politiqueiros que, apoiados nos marketeiros, aparecem como produtos de consumo, envolvidos em embalagens coloridas e musicais, com o discurso medido para enganar os que não têm mais como defender-se, perderam a capacidade de raciocinar e fazer escolhas. Perderam de vista as referências, tiveram substituídos os valores, por objetos de consumo produzidos em série.

O público é refém de um bombardeio assustador e desorientado não tem espaço para decidir racionalmente. As mentiras de hoje podem até ser desmentidas amanhã, mas o que foi repetido à exaustão se firma como verdade. As realidades são mascaradas para atender a propaganda oficial. A verdade é encoberta ou se confunde com a mentira. A sociedade fica sem escolhas.

Cada nova mentira funciona como suave elemento de terrorismo subliminar. Assim os estrategistas sociopatas manobram a seu prazer, na medida dos recursos financeiros e tecnológicos disponíveis. A “massa” segue e "compra" o tenis, o refrigerante, a batata frita, o biscoitinho ou o político salvador.

O objetivo real desta guerra é manter as instituições e seus áulicos, intocáveis, imutáveis, convenientemente retocados para manter as rédeas do poder. E isto significa a tolerância zero a qualquer oposição. Significa limitar as liberdades tão duramente conquistadas em guerras continuadas. Significa manter os resultados econômicos do trabalho nas mãos de uns poucos controladores que dividem os lucros da especulação em feudos distantes dos servos. Para estes são reservadas “rações salariais” diferenciadas.

A guerra da propaganda, como a guerra que promove a matança indiscriminada em ambientes diversos, tornou-se realidade diária brutal, presente em todas as colonias, onde os guetos de miséria substituem os campos de concentração e gulags. Os opositores e prisioneiros políticos, não têm voz nem direito à defesa. São todos forçados a trabalhar para pagar impostos.

As populações são utilizadas como escudos humanos dos poderosos. Todos são conduzidos às aspirações do consumo indiscriminado. Todos parecem repetir lugares comuns, um discurso que revela amiséria moral, onde está ausente o senso de liberdade que dignifica e distingue os homens.

Como os habitantes de Stalingrado não reagiram a Stalin, nem os alemães reagiram a Hitler, aparentemente nada perturba, nenhuma atrocidade moral é reconhecida, nenhuma violênia do estado é contestada. Aparentemente, as opiniões estão adormecidas sem que nada acorde para o bom senso. Aparentemente qualquer tipo de resistência está anulado.

A violência cotidiana de responsabilidade dos governantes, dos que escolhem as políticas e prioridades de investimento das economias é utilizada pela propaganda, para manter o status e a máquina do poder estatal intocado. Toda a tragédia que o ambiente do estado proporciona é utilizada como “assunto” das campanhas eleitorais.

A reação das pessoas dignas e decentes em todo o mundo parece a voz frágil de uma criança faminta e abandonada à propria sorte diante de pilhas de cadáveres. Mas são poucos os que ainda sentem este horror. Tudo parece tão “natural”... Nenhuma imagem das tevês, nenhum
artigo de revista, nenhum comentário de rádio desses que aparecem como notícia, fato consumado, tem poder para amenizar a vergonha de presenciar tanta podridão moral, de tanto servilismo por um pedaço de pão. Varreram com a indignação. Varreram com a capacidade de organização e reação.

Resisto em acreditar que isto seja definitivo.

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