quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

QUEM QUER FAZ, QUEM NÃO QUER DEIXA ROLAR...

Os brasileiros já estão fartos de ver reportagens sobre a dor de famílias que têm os pertences duramente reunidos, documentos e história de vida em fotos e pertences carregados de memória afetiva, perdidos nas enchentes, desmoronamentos de morros, seca, ponte que cai, estradas esburacadas, hospitais sucateados, bala perdida e outras tragédias.

Os brasileiros já estão fartos de ver cenas de violência ligada aos que governam de fato favelas e periferias pelo terror. Fartos de ver seus representantes associados ao crime, impunes e ativos. Fartos de conviver com a Justiça e instituições que deveriam agir em nome da nação, para concretizar o estado democrático de direito, mas aparecem defendendo ou se omitem diante do crime continuado.

A mídia se exime de indicar que as tragédias e perversões são resultantes das políticas promovidas pelos governantes. A mídia se exime de associar as eternas dificuldades e sofrimento da população, às mentiras, aos discursos enganosos da propaganda política. As escolas estão todas aparelhadas para manter a desinformação e multiplicar a produção de cérebros atrofiados, amarrados com o conveniente cabresto e antolhos.

Os brasileiros que querem mudanças devem sair da letargia. Esta coisa de “faço o meu e o resto que se dane” é imprópria diante do desastre. Quando a gente faz o que faz do mesmo jeito, recolhe os mesmos resultados. Para quem vê um palmo diante do nariz, para quem ainda utiliza os neurônios, para quem aprendeu a identificar ações improdutivas, para quem se fundamenta nos erros do passado para corrigir os rumos na direção do futuro, é hora de agir.

Fazer diferente, romper com o silêncio e começar a falar sorrindo, sobre o que pode ser se abraçarmos o objetivo de lutar, com unhas e dentes, teclado e língua afiada, na família, no trabalho, no grupo social, no clube, na fila do banco, na feira, lutar por exigir o exercício do estado democrático de direito.

Enquanto apenas estivermos constatando os roubos, a impunidade, os juízes soltando os bandidos, os juizes interpretando leis para livrar a cara dos poderosos, os bandidos associados aos governantes rindo da cara dos contribuintes, os governantes e seus partidos associados a terroristas internacionais, as escolas ensinando marxismo às crianças, as mentiras e promessas constantes que são esquecidas no meio do caminho, os bandidos vão continuar deitando e rolando.

Enquanto apenas constatarmos que os legisladores aumentam seus salários, além das vantagens de moradia, gasolina, passagens aéreas, telefones, salários de empregados domésticos, gráfica, massagistas e sei lá quantas outras mordomias, que agem no campo aberto para negociatas, propinodutos e comissões relacionadas ao tráfico de influência, enquanto apenas constatarmos, sem encontrar os meios de impedir, exigir que respeitem os eleitores que sobrevivem, a maioria com menos da trigésima parte do que eles se atribuem, eles vá continuar deitando e rolando.

Enquanto atribuirmos aos desastres naturais (chuva, seca) e à poluição ambiental as tragédias humanas, mortes e perdas nas enchentes, mortes nas estradas esburacadas, mortes por falhas no sistema de saúde, estupros, violência contra crianças, prostituição infantil, comandos vermelhos e pececês governando grandes comunidades pobres da periferia e das favelas, enquanto a responsabilidade não for identificada com às políticas desastrosas, com as políticas associadas ao crime, enquanto a responsabilidade não for apregoada como resultado da insensatez dos governantes e seu franco desprezo às populações, eles vão continuar deitando e rolando.

O jornal não fala disso? Então vamos sair do salto alto e começar a falar, a gritar em toda parte. A mídia prestigia os senhores blindados, sem associar as tragédias e perversões às políticas que eles promovem? Vamos exigir que as escolas onde estão os nossos filhos despolitizem o discurso, vamos exigir livros texto e programas educacionais sérios. Vamos superar-nos, inventar, criar, mudar o modo de agir e mostrar competência.

As saídas e soluções fáceis são quimeras. Em vez de ficar falando da sacanagem dos governantes e seu séqüito de bandidos, vamos agir para superar esta agonia, desmascarar as mentiras, encontrar as maneiras de formar grupos para pensar e divulgar um pensamento Brasil. Ligeiro! Como quem salva uma vida num acidente ou desliga o gás que provoca o incêndio na cozinha e se alastra pela casa!

Que a cara, a competência, as responsabilidades individuais e sociais deste país aflorem na vontade das pessoas, diferente da cara que nos tem sido vendida por uma propaganda mentirosa de caça votos, um papo de camelô.

Trabalho, diferente de conformismo. Ação, diferente de anarquia ou alienação. Sem esperar que a bandidagem decida por nós o que fazer com o fruto do nosso trabalho. Sem continuar deixando que a bandidagem trace o nosso futuro, roubando a nossa liberdade de escolha.

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