sábado, 4 de abril de 2009

DA CAÇA AOS “MARAJÁS” À CAÇA DE CORRUPTOS

Por Arlindo Montenegro

Um filho de família alagoana, educado no Rio de Janeiro, elegeu-se governador. Apoiado pelos jornais e televisão sob controle da própria família começou a aparecer, como saneador dos cofres públicos. Negava-se a pagar todos os funcionários públicos com altos salários. O Estado era pobre. Moralidade na administração pública? Novidade! Manchete. Elegeu-se Presidente.

Agora vem um caçador com o mesmo discurso moralista, pedindo ajuda do Presidente dos Estados Unidos, ganhando manchetes e visibilidade por sua ação policial, escutas e denúncia de roubalheira que respinga no atual Presidente do Brasil. Da posição de caçador, passou a ser perseguido pelos políticos com telhado de vidro.

O partido político mais fundamentalista e radical quer aproveitar a “marola” para ganhar votos. Pode até aproveitar-se da notoriedade do caçador de corruptos lançando-o candidato à Presidência ou ao Senado, ou à deputança! Como o Psol é filho pródigo do PT, muitos companheiros puristas, podem embarcar na “marola”. Elegendo um jovem profeta do apocalipse.

Excelente para o comunismo internacional! Excelente para o PT! Excelente para o projeto internacional do Foro de São Paulo e para a Unasul. Em qualquer posição na atividade política – institucionalmente corrompida de cabo a rabo! – o atrevido, revolucionário, contestador, corajoso Delegado caçador de corruptos, estará contribuindo para o Internacionalismo Proletário.

Ele mesmo já declarou que não quer mas “o povo exige!” E a inflexível senadora que preside o Psol já deve estar contando os votos. É fundo o poço da cegueira e da ignorância. É abissal o pensamento dogmático dos “marxistas cristãos”.

É triste perceber como os brasileiros são obrigados a “escolher” entre cartas marcadas, sem uma liderança legítima, sem um objetivo plausível na direção da Liberdade e das responsabilidades democráticas. É triste perceber como todos os povos do planeta são vitimados pela guerra de extermínio que concentra as riquezas – produto do trabalho – nas mãos de uns poucos banqueiros e agiotas.

O que os políticos prometem hoje, desmentem amanhã e prometem para depois. Enquanto isto, a propaganda empurra coca cola zero e outros alimentos com ciclamato (um cancerígeno proibido pela FDA), com gordura hidrogenada, com gorduras saturadas e outros venenos.

Os “defensivos” agrícolas, há muito proibidos nas “roças” do hemisfério norte, são amplamente utilizados e chegam às mesas de todos, sem que os Ministérios da Saúde, do Meio Ambiente, da Agricultura impeçam. Os laboratórios de fármacos e químicos agradecem.

O extermínio continua, nas guerras e nas mesas. Nas águas e no ar que respiramos. As decisões políticas privilegiam as mesmas instituições que obedecem diretrizes globais, como as que foram tomadas na última reunião do G-20, com beija mão à rainha da Inglaterra.

O sistema financeiro vai continuar sob controle centralizado, agora oficialmente e com maior rigor. Os colonizados terão que trabalhar mais para concentrar mais riqueza. As decisões de investimento continuarão nas mãos do FMI fortalecido.

Cada bairro, cada prefeitura, cada estado vai ter de pagar mais para obter menos do governo central. Os sonhos de liberdade estão cada dia mais acorrentados e fora as pequenas alegrias familiares e da convivência com amigos verdadeiros, parece que pouco temos a fazer. E toda a vida possível para esperar as decisões imperiais.

Insensivelmente fomos conduzidos à condição de gladiadores do grande circo, repetindo em coro: “Salve César! Os que vão morrer te saúdam!” e apenas aguardando ganhar na “luta por um posto de trabalho” que agrade ao rei e receba dele a graça de um polegar apontado para cima com o significado: “permito-lhe viver mais um pouco.”

Nem caça, nem caçador. Apenas marajás e corruptos decidem.

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