sábado, 8 de agosto de 2009

EM CIMA DO MURO

Por Arlindo Montenegro

Nas relações com a América Latina, o ultra esquerdista Presidente dos EUA, parece estar esperando bom tempo para correr bom vento. Sua popularidade interna já baixou para a aprovação de 50%. Isto nos indica que os norte americanos ainda prezam os valores herdados de seus fundadores. Já o presidente, em relação aos valores tradicionais, está em cima do muro.

A renovação do tratado militar com a Colômbia pode ser interpretada como um alerta para os bolivarianos que são armados pela Rússia. Todos os países da América Latina ainda são dependentes comerciais dos EUA. E seus exércitos, malgrado a posição do ditador venezuelano e seus pares, ainda treinam juntos à força de antigos contratos.

Como disseram as autoridades militares brasileiras em recente entrevista à jornalista Miriam Leitão, publicada em “O Globo”, a presença militar dos americanos na Colômbia em nada ameaça o Brasil. Mas ameaça sim os narcotraficantes das Farc, protegidos por Chavez, Correa, Ortega e... pelo Presidente Lula, o novo rico mistificador dos pobres.

O único “imperialista” que compra outros governantes com dinheiro e interfere nas políticas internas de outros países neste lado do mundo é Chavez, cujas práticas são similares às de Hitler, que também foi eleito democraticamente. Não interessa que Lula diga que a Venezuela é democrática por demais. Não interessa que Obama se alinhe aos bolivarianos no caso de Honduras.

O que interessa é que o cerceamento das liberdades, censura, eliminação de opositores, intervenção na Bolívia, no Equador, em Honduras, ajuda aos narco terroristas das Farc, são fatos que, à luz dos Tratados Internacionais vigentes, merecem a censura da OEA e da ONU, organismos que parecem ter-se rendido aos aventureiros bolivarianos ou à Nova Ordem Mundial. Merecem a censura de toda a comunidade internacional que até agora está em cima do muro.

No mes de Setembro Chavez vai à Rússia, comprar mais armas e tanques de guerra. Enquanto isso Fidel Castro declara “a proxima instalação de bases norteamericanas na Colombia, obriga a Venezuela a investir em armas” . Diz mais, que “a luta não é contra Colômbia, é contra o Império (norte americano) que ameaça todos os países sul americanos”.

O discurso senil não cabe mais no mundo globalizado. Mas muitos os governantes alinhados ao Foro de São Paulo, Ursal e bolivarianos, aplaudem o ditador histórico que mantém os cubanos aterrorizados há mais de meio século. É este o exemplo que nos querem impor. É este o modelo desejado pelos integrantes dos grupos supra citados para as Américas, Central e do Sul.

O povo? Não tem condição de organizar-se, não tem informação, não tem capacidade para rebelar-se. O povo está contaminado pela propaganda massiva, desconhece sua própria realidade e vive de aparências, modismos. Incapaz de raciocinar, desinformado e preso à ignorância, reage emocionalmente. Este é um momento de franca decadência.

O Presidente da Costa Rica, Oscar Arias, pronunciou um significativo discurso por ocasião da Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago. Lembrando a queda do Muro de Berlim, lembrou que temos que aceitar que o mundo mudou. E concordar com a inteligência acadêmica quando disserta sobre o século XXI como século dos asiáticos e não dos latino americanos.

“Nós continuamos discutindo sobre ideologias, continuamos discutindo sobre todos os "ismos" (qual é o melhor? capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo, neoliberalismo, socialcristianismo...) os asiáticos encontraram um "ismo" muito realista para o século XXI e o final do século XX, que é o *pragmatismo*”. E enquanto os chineses enriquecem, crescendo entre 11%, 12% ou 13%, desde 1979, tirando da miséria 300 milhões de habitantes, nós continuamos discutindo sobre ideologias que devíamos ter enterrado há muito tempo atrás”.

A decadência, o cinismo soberano dos governantes atrelados às velhas oligarquias, vendidos aos controladores e banqueiros internacionais, tem livre passagem para decidir sobre um futuro incerto. Somente a inteligência dedicada ao estudo e construção do estado democrático de direito, incluindo cientistas, militares, juristas, religiosos, os que aspiram o bem comum, pode apontar o caminho da liberdade.

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