sexta-feira, 20 de novembro de 2009

NOS LIVRAMOS

Por Arlindo Montenegro

Um dia, graças a Deus, nos livramos de ver nossos filhos serem sequestrados em grupo nas salas de aula e levados para as matas, do modo como fazem as Farc na Colômbia. No mês de Julho do ano passado, El Tiempo noticiava o seqüestro de 20 meninos. Outros, que nem os que andam pelas ruas das metrópoles por aqui, são seqüestrados e treinados no uso de armas e explosivos e obrigados a integrar as forças do exército de narco terroristas.

Na semana passada, a Justiça colombiana condenou dois sujeitos que se dedicavam a recrutar meninos e meninas de rua na Colômbia. Cada um foi contemplado com 6 anos de repouso carcerário. Walter Rodríguez que recrutava para as Farc e Victor Galindo, que recrutava para a milícia AUC, que diz ser contrária às Farc. Ou concorrentes no rendoso empreendimento da cocaína?

Pessoas que passaram anos seqüestradas pelos narco guerrilheiros das Farc, relatam que os meninos ficam isolados nas primeiras semanas, passando por um processo de despersonalização com maus tratos. Depois vão coletar folhas de coca e conforme a habilidade e disposição, auxiliar na elaboração da pasta e embalagem do produto daquela indústria mortífera. Não recebem nenhum pagamento pelos serviços prestados à milionária empresa.

Com o passar do tempo, embebidos pela doutrinação marxista, os mais agressivos passam ao treinamento em armas. Só então começam a participar dos combates. Às meninas, bem no desenho da prática marxista, são atribuídas funções complementares. Quando elas chegam à mata, são apresentadas aos chefes. O comandante do grupo tem o direito de “inaugurar” cada uma nas práticas sexuais. Algumas podem ser escolhidas e “pertencer” a algum chefe intermediário na hierarquia. As demais são obrigadas a “divertir” a tropa, nas quartas e domingos, para minorar as tensões do ambiente. Mais tarde todas passam por treinamento em armas para a defesa. Mas poucas participam diretamente das incursões e combates.

Assim agem estes integrantes do Foro de São Paulo fundado pelo Sr. Lula da Silva, com o objetivo de restaurar a utopia comunista depois da queda do muro de Berlim, quando, numa rápida imagem logo apagada da memória pela massiva propaganda esquerdista, o mundo pode saber das tragédias, da fome, do sofrimento, dos genocídios por conta da construção do paraíso socialista internacional.

Enquanto os narco guerrilheiros colombianos amigos dos governantes do Brasil, Venezuela, Equador, Nicarágua, Bolívia e Cuba agem, os habitantes da ilha de Fidel Castro são visitados por uma ONG espanhola, Instituto Republicano Independente, que divulgou o resultado de uma pesquisa sobre a satisfação da população. Os resultados podem ser surpreendentes para quem ainda acredita que a guerra e a economia marxista podem mudar alguma coisa.

A pesquisa revela que 90% dos cubanos estão insatisfeitos com a ditadura exercida pelos 10% que integram o Partido Comunista e atuam nas diversas funções da máquina repressiva. Os 90% querem mudanças políticas e econômicas, com eleições livres, economia de mercado capitalista, liberdade de imprensa, propriedade e negócios privados.

No século passado, quando espalhava drogas e guerrilhas pelo planeta, Cuba se beneficiava da venda subsidiada do açúcar, das elevadas contribuições da União Soviética e dos assaltos a bancos e carros fortes em vários países, incluindo os EUA, onde um só assalto rendia milhões de dólares. Assim Fidel Castro pode fazer uma ponte aérea durante o governo Allende, para transportar alunos de guerrilhas que passavam três meses em Cuba e retornavam a seus países de origem.

Centenas de brasileiros seguiram este e outros roteiros. Alguns são governantes hoje. E impedem que se divulgue por aqui, que os cubanos recebem salários de 18 dólares mensais e para acessar uma lan house pagam 6 dólares por hora nos hotéis que recebem estrangeiros, porque nos correios cubanos a internet não funciona. As filas são imensas para falar com os parentes que vivem nos EUA ou na Europa, que enviam dinheiro para a sobrevivência dos que vivem na ilha sem poder sair.

Em Cuba funcionam duas moedas: o peso cubano e a “divisa” (moeda para estrangeiros que corresponde ao dólar americano). Recentemente a situação se complicou com a escassez de alimentos. A pesquisa levantou que 56% dos cubanos desejam viajar a outros países, mas dependem de um visto que o Estado não fornece.

O trabalho de campo foi realizado durante um mês, entre Julho e Agosto, cobrindo 12 províncias cubanas. O IRI se dedica a medir o avanço da democracia com respeito aos princípios fundamentais da liberdade, iniciativas individuais, igualdade de oportunidades para que os empreendedores fomentem o desenvolvimento econômico.

Por aqui, seríamos reprovados. Os controles, impostos, burocracia e ideologia são pedras gigantescas no caminho das liberdades individuais. Os empreendedores são obrigados, se quiserem fazer alguma coisa a começar por endividar-se, vender-se aos bancos que ficam com parte do lucro. A outra parte, o “leão” come e palita os dentões.

Das guerrilhas nos livramos, pero no tanto, porque esta é a sina dos meninos que freqüentam as escolinhas do MST & Cia.

Fonte de informação: “El Diário Exterior”

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