sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

QUEM É QUEM?

Por Arlindo Montenegro

Governantes. Quem são? O que os move? Decidem de fato ou manipulam um poder intermediário?

Estes senhores estão imersos em rituais de anulação do espírito e evocação do dinheiro como deidade resolutiva de todos os conflitos. São hábeis no discurso promitente, que oculta a verdadeira intenção que os move: manter-se no topo do poder, controlar o planeta e todos os seres viventes. Uma pretensão de substituir Deus, seja qual for a concepção tradicional.

É possível acreditar nas máscaras de bondade que eles exibem? É possível acreditar que eles tem algum poder sobre a rede de bancos e negócios globalizados? Ou são controlados e obedientes como servos da casa grande?

Algum dia, em algum lugar ainda, os produtores locais em seus municípios vão poder administrar livremente seus empreendimentos, educação, módulos de convivência, cultos, comportamentos, sem a interferência e imposição ideológica escolhida por eles? Configura-se uma nova utopia que objetiva a liberdade e a qualidade de vida.

Algum dia os pais vão poder ainda formar os filhos que geraram, incutindo-lhes seu próprio aprendizado, experiências e crenças e escolhas morais? A resposta parece ser, um sonoro não! Tomando por guia as novas regras dos direitos humanos. Quem manda de fato, quem é quem neste emaranhado mundo de imposições externas sobre realidades e necessidades locais ignoradas?

Fusões, aquisições, controle acionário, investidores com recursos ilimitados, controle das economias além das fronteiras e acima dos mesmos políticos que fingem gerenciar as nações. O planejamento estratégico global, o governo invisível e decisivo, os patrões daqueles que dão as cartas no G-20, vão premiar o nosso entreguista doméstico, rebelde, revolucionário obediente.Por quê???? Ora bolas!

O Banco Central divulgou nesta Quarta feira, dia 20, que a dívida externa do país pode ter alcançado US$ 202,5 bilhões em 2009, um aumento de US$ 4,165 bilhões na comparação com 2008. Uai! E não anunciaram que a dívida tinha sido paga? E tem mais, devido à “crise” na economia mundial, as remessas de lucros sobre investimentos e comércio transnacional, é maior que os juros pagos pela dívida externa: (33.9 bilhões em 2008) e beirando os 40 bilhões em 2009.

Tem nada não! O crescimento está garantido com a entrada de novos investimentos. É o que dizem os entendidos, sem informar que os lucros com e os juros desses investimentos, voam eletronicamente para qualquer paragem onde a remuneração do capital, seja eventualmente mais atraente.

Empresas brasileiras? Quanto estão devendo aos bancos internacionais? Quantas foram “fundidas” por associação com investidores estrangeiros que as controlam? Quantas estão pendentes, pagando os lucros como juros aos mega investidores que nem os Carlyle? Os recursos concentrados nas mãos de mega empresários associados, mega banqueiros associados e mega investidores associados aos dois primeiros, não têm pátria.

A extraordinária expansão e a atuação dessas mega empresas que os entendidos da matéria dizem somar 65 mil, com 850.000 filiais espalhadas pelo mundo, faz com que as decisões sobre investimento, margens de lucratividade e controle logístico de mercados seja determinado nas matrizes. Os governos dependentes, obedientes atuam como consumidores e fornecedores de matéria prima nobre.

As indústrias são desnacionalizadas, que nem a eletro-eletrônica, que no Brasil é dominada por filiais de empresas transnacionais. Os dirigentes locais não apitam nada, apenas cumprem a rotina e remetem os lucros. Somando-se os dados publicados do patrimônio dessas gigantescas corporações no mundo, temos uma cifra aproximada dos 25 trilhões de dólares. Anualmente elas faturam 19 trilhões de dólares controlando 66% de toda as exportações mundiais.

Nesta última década o movimento de fusões, associações e compra e controle de empresas pelo mundo afora, foi substancialmente crescente, ou seja investimento como compra ou controle de empresas existentes. Os mega investidores compram tudo, maximizando a concentração de recursos: controlam do varejo aos serviços médicos, do armamento aos negócios agrários.

Acontece uma guerra assimétrica na economia mundial, entravando todos os “bons propósitos” de paz e amor levados aos elegantes encontros, que discutem barreiras alfandegárias, fome, clima, desarmamento, combate às drogas, em maratonas que a mídia documenta, há decênios, como esforço legítimo dos mesmos governantes. Pura enrolação!

Os que controlam 90% dos investimentos, comprando empresas além de suas fronteiras, ocupam também cargos de secretários de estado. As empresas de alta tecnologia, que estão em países onde a educação e a pesquisa se destaca, exponencialmente os EUA, lideram esta guerra. Europa e Japão acompanham. Nem por isso se pode acreditar que as matrizes tenham “pátria”. Utilizam os paraísos fiscais para suas operações.

Nos últimos 4 anos, o Brasil foi palco das políticas impostas pelos G-7, países mais ricos. Uma reportagem da revista Veja (5 Dezembro 2007) informava sobre a importância dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), detentores de recursos minerais, madeira, gas, petróleo, água e na posição de força motora da economia global. Nestas áreas concentram-se os investimentos (controle) das empresas transnacionais.

Nos últimos quatro anos, foram realizados 2.567 negócios de fusão ou compra e controle de empresas no Brasil. É isto que chamam de investimento. Cerca de 40% desses negócios passaram ao controle transnacional. A totalidade visa o lucro no comércio transnacional, com regras próprias. É fácil entender tantos presentes, tanto mimo, tanta promoção com os governantes facilitadores dos objetivos dos deuses que guardam a chave do cofre globalitário.

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