terça-feira, 29 de junho de 2010

UNICEF, CUBA E OS PARAISOS DA INFÂNCIA


Abaixo, a tradução resumida e adaptada, da newsletter “punt de vista” datada de hoje, 29 de Julho. (Arlindo Montenegro)
"Nos últimos dias, a propaganda castrista tem reproduzido um informe da UNICEF sobre Cuba, parecendo afirmar nas conclusões, que a ilha dos irmãos Castro é “um paraíso para a infância”. Esperamos que o representante da UNICEF em Cuba, com sede no bairro de Miramar, onde residia a velha classe burguesa cubana, não seja vítima de alucinações."

"Outras fontes diretas da ilha, informam há muito tempo como vivem as crianças cubanas. Além do doutrinamento ideológico nas escolas (que o castrismo considera como um “sucesso”). Hoje como amanhã, os direitos contidos na Carta dos Direitos Humanos, que são o oposto das normas da Ditadura, são e serão negados aos pais e filhos.

A comparação com a América Latina não é pertinente, porque as crianças vivem melhor na Argentina, no Uruguai ou no Chile. Melhor alimentados e seguramente com mais direitos. Com uma educação garantida e não com doutrinamento ideológico, que anula o exercício de qualquer tipo de critério autônomo e alinha as crianças, forçosamente, para uma cosmovisão verde-oliva."

"A alimentação das crianças é preocupante, devido aos problemas de abastecimento existentes nestes 52 anos , em que o governo foi incapaz de criar as condições mínimas de prosperidade neste sentido." (Nota: a Bolívia acaba de enviar 3.000 toneladas de arroz, como doação, a Cuba e sob protesto dos produtores bolivianos).

É preocupante que a UNICEF promova o castrismo, esquecendo os filhos dos dissidentes, que são discriminados por motivos ideolóticos. Este é o caso de Rolandito, filho de Rolando Jiménez, preso em Nueva Gerona. O texto a seguir é do blog Cuba Nuestra:

Rolando Jiménez Gueiérrez (Rolandito), tem onze anos e é filho do preso político Rolando Jiménez Pozada, Bacharel em Direito, condenado a 12 anos pelo Tribunal Provincial Popular da Cidade de Havana, por “delitos contra a segurança”, desde Abril de 2003. Segundo a mãe da criança, residente na Ilha de Piños, a professora Linnit, do 6to. Grau, reprovou a criança em matemática afirmando: “Não me pagam para educar o filho de um contra-revolucionário”.

"A criança afirma que a professora Linnit não lhe dirige a palavra e incentivou as outras crianças para bater e ofendê-lo. Além disso nega permissão à criança para ir ao banheiro ou tomar água enquanto está na escola. A professora de Espanhol, Virginia, condicionou sua aprovação nos exames finais, obrigando-o a escrever uma carta dirigida ao seu pai, como se fosse um combatente internacionalista e revolucionário".
Como é que aquele regime pode ser apontado como paradigma da aplicação da Convenção sobre os Direitos da Criança? Rolandito sofre tortura psicológica na escola, por ser filho de um preso político. O fato dos pais não estarem identificados com o castrismo, não dá aos professores, o direito de convertê-lo numa vítima do ódio, da ameaça, da intolerância e de tratamento cruel e degradante, com anuência das autoridades governamentais.
A mãe confirma: por mais que se esforce, estude e sacrifique horas de sono e recreação, sendo aplicado, responsável e disciplinado, o filho não consegue resultados positivos. As professoras sempre lhe dão notas baixas. O histórico escolar que reflete a história acadêmica e política do aluno com tais qualificações, define o futuro da criança, condenada pelo abominável crime de ser filho de um preso político.


Foi esta situação que inspirou o político catalão Carles Llorens a escrever “Rolandito y el rey Fidel”, conto publicado em catalão e em castelhano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário