terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

CÉREBROS E COMPUTADORES

Por Arlindo Montenegro

Lá pela década de 80, um palestrante, referia o cérebro humano como um computador. A gente podia ter acesso aos programas e alimentar as pastas da memória, regentes de todas as atividades sensoriais e físicas, com bons pensamentos, bons propósitos e lá vai por aí. Uma das aprendizagens mais significativas foi aquela referente aos estados ativos e contemplativos e de sono profundo, Beta, Alfa e Delta, que poderiam ser ativados através de exercícios de respiração e meditação.




Depois de alguns exercicios aplicados, dei de presente o barulhento e irritante despertador. Também conheci os benefícios da leitura em ambiente calmo, tranquilo, antecedendo sempre um proposito – o que quero aprender com esta leitura? - um comando que fazia saltar das páginas os parágrafos do texto facilitando anotações para leituras dinâmicas de consulta posterior.
Naquele tempo também lí sobre o planejamento criativo da Sonny Corporation, que poderia ser estendido para os proximos... 500 anos! Uma coisa inusitada para quem não havia aprendido a planejar nem para o período de 5 anos. Quanto ao cérebro, diziam assim: imagine um edifício com 200 andares sobre uma area de 200 metros quadrados, ocupado por um único computador! Pois, não cobriria as funções do cérebro humano.
Trinta anos depois, com todos os avanços tecnológicos, o cérebro humano mantém sua posição superior às capacidades computacionais que lidam com um complexo de memorias, perifericos e mais com o advento da web, capazes de trazer para cada casa, bibliotecas, museus, música, história, literatura, imagens, filmes, notícias, opiniões de blogueiros do mundo inteiro.
Ouvi que todo homem tem como missão gerar um filho, plantar uma árvore e fazer um blog! Tempos e costumes facilitados. Mas e a aprendizagem nas escolas, porque multiplica os analfabetos funcionais? Numa entrevista a uma revista, um genio desta engenharia de computadores, um paulista formado pelo ITA, que gerenciou o Centro de Pesquisas da IBM na Califórnia, encontramos algumas pistas.
Agradecemos a um piá amigo, que garimpa assuntos de vital importancia para alimentar o cérebro e castigar os dedos deste blogueiro. Foi ele quem enviou o artigo da Revista V, publicação feita para a Volkswagen do Brasil. número 35, de Outubro de 2009, com o genial mestre Jean-Paul Jacob, que continua dando aulas na Universidade da Califórnia e fazendo previsões para o futuro.
Ele afirma que o cérebro humano é mais poderoso que qualquer computador: "Só para dar um exemplo: você vê do outro lado da rua uma pessoa e diz “aquele senhor” ou “aquela senhora”. Isso é reconhecimento de padrões, coisa que o cérebro faz muito fácil. Computadores até fazem bem um reconhecimento de padrões, mas não satisfatoriamente, não podemos garantir que tudo está entendido, simplesmente porque o computador ainda não compreende algo que para nós é comum: o contexto."
O mestre comenta que para resolver isto, surgiu a ideia da computação quântica. "A IBM tem 18 computadores assim, a Arábia Saudita tem um, a Petrobrás e a USP têm, mas não chegam a 500 no mundo todo... Gostariamos de entender como funciona o cérebro para avançar nas pesquisas sobre saúde: afinal, ele comanda o corpo, faz criar anticorpos, etc., talvez se conseguirmos imitar o cérebro pudéssemos curar pessoas. Já começamos pelo Projeto Genoma..."
"Mas o cérebro utiliza sinapses em seu processamento e o computador trabalha apenas com dados analógicos, isto é, reconhece padrões, mas é incapaz de fazer associações, do tipo: "Todas as sextas-feiras eu almoço com a minha mãe, e você?”, uma frase simples, uma inteligência artificial ainda não entende isso."
"Nos anos 1970, eu disse que o vinil iria desaparecer e o pessoal ficava zangado comigo, por conta da afinidade sentimental com as capas de discos… Nos anos 80, eu disse que o livro iria desaparecer. Agora, digo que os jornais vão desaparecer, assim como a sua revista. Não interessa o invólucro, e sim o conteúdo, e é isso que sua revista produz. (...) A aceleração tecnológica é realmente incrível. Mas eu guardo o sentido comum, a verificação, a intuição."
As poucas capacidades aplicadas à alta tecnologia da informação aplicada ao auto conhecimento e às facilidades na saúde e na educação, existem. Alguns poucos centros pelo mundo já aplicam. Mas parece que os políticos no mundo inteiro estão agindo como "ratos" embora sejam portadores de sinapses inferiores à capacidade de um rato. A boa nova é que o professor acredita que a liberdade da informação está garantida pela rede mundial...
... se estes supercomputadores não forem utilizados para fins de controle das populações, para imiscuir-se na comunicação, para vigiar a vida privada, para censurar a liberdade de opinião... como já querem fazer com o tal marco regulatório. Que deixem os blogueiros em paz. Aqui está o jornalismo independente.






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