quarta-feira, 5 de agosto de 2015

TERRENO MINADO

Axel Kaiser, publicou no El Mercurio do Chile, algumas reflexões sobre um tema que parece proibitivo entre os acadêmicos brasileiros desta última geração: a crítica ao marxismo, assunto já ultrapassado entre os pensadores do hemisfério norte.

A humanidade, enfeitiçada com muito divertimento, muita tralha tecnológica inovadora que aproxima os indivíduos dos mais longínquos grotões, muita desinformação midiática, entre sustos, pavores e dificuldades de relacionamento, atravessou uma espécie de portal, chegando sem perceber a um terreno desconhecido, inóspito.

Estamos sob o domínio de uma hierarquia de poder real que persegue estabelecer aquela igualdade de boiada marxista  num grande pasto global.  Uma ordem e forma de governo único, que guarda características muito parecidas ao que idealizavam os revolucionários franceses e que Marx e Engels propuseram, incluindo a matança dos que considerava "mais fracos e inadaptados para a nova ordem mundial".

A Revolução Francesa objetivava defender os direitos humanos, assegurando a "liberdade, igualdade e fraternidade." Igualdade material onde mais da metade da população morria de fome. Fracassou e inaugurou o terror sangrento replicado por todas as revoluções socialistas. Salvou-se a revolução americana que sem fixar-se na liberdade material, preservou, separando-se da Inglaterra, a liberdade das pessoas para produzir e progredir.

Para o obsoleto Marx e seus seguidores, "a liberdade não tinha que limitar o poder do governante como pensavam os fundadores dos Estados Unidos e sim eliminar as necessidades materiais, como proclamava por aqui um senhor "fome zero", seguidor ignorante da promessa marxista (Crítica ao programa de Gotha) para realizar a fase superior do comunismo: "mananciais cheios da riqueza coletiva" ou "rios de leite e mel" como dizia Antonio Conselheiro. Riqueza infinita!

Axel Kaiser obseserva: "toda a teoria econômica marxista, bem como sua visão do homem e da história estava equivocada." A fantasia teórica continua causando estragos: o socialismo só produziu miséria, tirania e morte. Riqueza para todos é o que perseguem os conservadores, mais que os socialistas que continuam prometendo o paraíso terrestre, liberdades e direitos sociais onde até o ar que respiramos tornou-se de qualidade duvidosa.

Marx pensava que o capitalismo era o sistema que mais aproximava do ideal socialista. Isto os comunistas esqueceram, optando por pregar uma igualdade primitiva, interessados em poder e controle social, fortalecendo sua ideologia a qualquer preço: instrução de baixa qualidade, bolsa família, promessas de reforma agrária, liberação sexual, fomento do uso de drogas, desrespeito à mulher, preconceitos racistas, perseguição às crenças, destruição cultural...

O dogma marxista, fé dos irresponsáveis, nega que o melhor caminho para a liberdade é eliminar a opressão do estado, que impede o homem de criar a riqueza e superar suas limitações. E no terreno aberto e ainda desconhecido, a humanidade tateia, buscando construir os espaços onde a desejada liberdade espiritual encontre a liberdade de convívio humano produtivo, respeitoso, colaborador... Estamos num mesmo barco que navega entre mares tempestuosos do espaço infinito.


Carecemos de condutores para uma nação à deriva, arrastada por correntes desconhecidas, em "mares nunca d'antes navegados". Carecemos de um norte, de uma visão, de uma nova utopia que assegure o entusiasmo para produzir e compartilhar o curto trânsito nesta forma de vida em liberdade.

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